No dia 19, 20 e 21 de maio de 2017, participámos em mais um grande evento do nosso país, o Adventure Days Sw-Motech, do nosso amigo Rui Baltazar. Um evento pensado nas Big Trails pelos trilhos do Ribatejo e Alentejo.
Para a Maioria de nós, o evento começou sábado bem cedinho, com o ponto de encontro no Parque de Escuteiros de Benavente. Aí seria dada a partida para dois dias repletos de aventura. Porém, o evento oficial começou no dia anterior, sexta feira, com chegada dos primeiros participantes e jantar no restaurante O Grilo.
No dia 20, já com o track no gps e com o brienfing assegurado pelo Rui Baltazar, lá organizamos o nosso grupo e partimos à aventura. Os quilómetros iniciais são sempre confusos, com a aglomeração das motas juntas e o pó, mas aos poucos, as dificuldades de cada um ia separando a malta … ou então, ia-se dando espaço para não acrescentar pó ao pequeno almoço.
Tínhamos 200kms pela frente e, em pleno Ribatejo, disfrutávamos dos arrozais e do montado, com imagens que nos ficaram na memória. Alguns momentos ficaram registados, pelas peripécias, pelas situações de entre ajuda, e também por ocorrências de humor refinado que deixamos à vossa imaginação. Um dos pontos que assustou os menos experientes, foi um estradão com areia e algumas zonas de terreno mais instável. A regra diz que, em areia é dar gás, mas na prática, nem sempre foi possível. Recordo-me de uma reta em que ia todo contente a dar gás e passei uma KTM990. Mas, logo a seguir, numa curva, reduzi e fui ultrapassado. Continuei atrás da KTM, e ao abordar a próxima curva apanhámos uma zona com mais areia e tocamos lateralmente um no outro. Resultado, fomos parar os dois à valeta e só por milagre não caímos. No final desta zona, parámos para tentar perceber o que se passou e foi mais uma amizade que se criou. Entretanto, o resto do grupo chegou e voltámos a sair com mais uma XRV750 a pertencer ao nosso grupo.
O calor começou a apertar e, quando algum de nós ficava para trás, arranjava-se sempre motivo para uns dedos de conversa à sombra de um dos típicos sobreiros que por aquelas paragens abundam. Passamos por zonas fantásticas, por montes lindos, por animais no pasto, e claro, salpicando a paisagem com aquelas partes dignas dos bons momentos de humor, em que alguém sai da estrada, mas como vai de CRF não pára e entra logo a seguir na pista com a moto cheia de silvas. Quem seria? Talvez o Filipe Guerra!?
A barriga reclamava, com fome e sede, o corpo transpirava e era altura de procurar um retiro alentejano para satisfazer a malta, e claro, em pleno Alentejo isso é fácil. O pior foi voltar a sair com aqueles pitéus aconchegando as barrigas e as geladinhas no bucho. Mas o que tem que ser, tem muita força. Afinal mais de metade do trajeto já estava percorrido.
Já perto da barragem do Maranhão, tínhamos uma ponte que atravessava as águas cristalinas que de lá saiam. O calor era mais que muito e a paisagem parecia desenhada para as CRF’s. Parámos, refrescámo-nos nas águas, rematando com uma sessão de fotos. O Pedro Saragoça só sonhava com imperiais e, por sorte, o track passava junto a Tasca do Montinho. Lá teve que ser! Mais uma paragem obrigatória!
Já com Avis à vista e com muito custo depois do refresco, seguimos para os poucos quilómetros que nos faltavam. À nossa espera já estava a malta dos Motards de Avis, onde passaríamos o resto do dia e a noite, por sinal bem longa.
Já nos quartos, senti que algo se passava cá fora, mesmo junto à nossa porta. Abri-a e fiquei surpreendido por alguém a tirar fotos às nossas rainhas. Eram do Blog Andar de Moto, e estavam surpresos, pois nunca tinham visto tantas Africas Twin juntas num off road. Fomos dormir orgulhosos e de peito cheio.
No domingo e depois de uma noite animada pela amizade e convívio, mas também pela sonoridade de muitos amigos sem DB Killer no aparelho respiratório, lá nos levantámos para mais 100 quilómetros de regresso ao Ribatejo. O destino era uma pequena localidade, Escaroupim, com um bom restaurante, situada nas margens do Tejo. Contornámos uma parte da barragem do Maranhão e seguimos rumo à barragem de Montargil. A partir daqui o destino era o Ribatejo, com quilómetros de estradão que, há muitos anos atrás, fizeram parte da ultima etapa do rally de Portugal. Foi a possibilidade de rolar a velocidades bem acima do permitido por lei. Até ao Escaroupim, fomos brindados com algumas ocorrências, com quedas, e no fim, até com um furo. Valeu o compressor que trazia, para ir dando ar até ao final, ao pneu de um companheiro.
Foram dias que nos alimentam a alma. Desfrutar de belas paisagens, sempre com um espirito de entre ajuda e grande amizade.
Obrigado Rui Baltazar por estes momentos. A repetir e a nunca perder!
Não se atrasem com a inscrição do Adventure Days de 2018. Mesmo sem moto, eu não vou faltar e o grupo vai estar representado ao mais alto nível.
Juntem-se a nós.
Obrigado ao Elias Alves e ao Pedro Bastos pela cedência das fotos!