Rota das Bifanas


Encontro às 09:00 no Montijo para rumar a Vendas Novas e degustar o petisco, claro está, a boa da bifana. A Rota das Bifanas começou junto a um local habitual nestas coisas de grupos para andar de mota. Umas bombas de gasolina. Juntaram-se 28 rodas. Fomos brindados com uma CrossTourer, do Pedro Ochôa, uma XRV 750 do Edgar Jorge, uma GS 1200 do Pedro Casaca, uma Super Teneré do Arnaldo Guedes que exibia os Mitas E-07 que foram ao cabo Norte e a boa da KTM 990 do Nuno Dias que fez as honras da casa como cicerone. As restantes 9 eram CRF’s 1000L. Uma preta, uma cinzenta e as restantes Tricolores. Faltaram as Rally Dakar e, por enquanto, nenhuma das recentes bordeaux.

100 Metros de Areia

Ala que já se saliva a bifana. O Nuno lá nos encaminhou para fora da estrada. À boca da entrada dos maus caminhos deparamo-nos com uma reta previamente anunciada com 100m de areia. Por sinal bastante solta e bem trabalhada pelo verão que estava a terminar. Surgiram as primeiras apreensões nos rostos de quem estava pouco à vontade nestas praias. Mas o grupo fez-se à praia e todos chegaram ao fim dos 100m. Para uns a reta pareceu ter quilómetros e para outros um pulinho. Mereceu uma primeira paragem regada de comentários bem dispostos, sinal de que tudo correu bem. Apenas um encosto do maior mamute sem consequência. O Nuno Gil, a estrear os novos Motoz Tractionator GPS, entusiasmado, lançava para o ar que, “é pá, isto é muita giro”.

Cumprimentámos três companheiros que vinham em sentido contrário numas cabritas e, … constatámos que a seguir à reta a areia continuava. Afinal não era só uma reta de 100m. O Armando, que levava as malas laterais para perceber se era sensato ou não levá-las colocadas na segunda feira para Marrocos, comentou que o terreno estava alterado e mais solto do que o esperado. O verão seco fez das suas, e era pó, muito pó pela certa.

Do Montijo a Vendas Novas

E assim foi, alternamos estradões de terreno duro onde dava para ir mais depressa com zonas de bastante areia, pelo menos para quem se estava a iniciar nestas lides. Sim, porque também havia quem falasse em combinar fazer o gasoduto da comporta! No entanto, as diferenças óbvias de andamento esbatiam-se no espirito de camaradagem e entreajuda. Quando alguém se atrasava, lá ia o Nuno Dias na KTM para trás verificar se estava tudo bem. Incansável no apoio e na descoberta dos melhores caminhos, pois o Track que trazia na memória por vezes atraiçoava. Assim se apimentava a aventura.

Na parte final, lado a lado com a linha de comboio para Vendas Novas estreitaram-se os caminhos, mais sinuosos, mas bem divertidos.

As Bifanas, o Regresso e a Cavilha

Por volta das 13.00 lá chegámos ao Páteo das Bifanas, transpirados, com sede e a salivar pela iguaria.

Era suposto fazer o caminho de volta por Offf Road, mas grande parte do grupo voltou a casa por estrada. O Armando ainda tinha que ir trabalhar, tirar umas fotos num batizado, e a maior parte tinha compromissos familiares. O Nuno Dias, o Flipe Guerra e o Edgar regressaram por maus caminhos, que se revelaram mesmo maus, pelo menos para o Filipe com uma “cavilha” a furar o pneu de trás (vejam as fotos). Valeu a ajuda do Edgar da XRV 750 e resolveu-se o problema com uma câmara de ar reforçada numa oficina conhecida ali na zona.

Ah, é verdade, o Armando disse que vai para Marrocos com as malas. Não deu por elas!

Um sábado de manhã fantástico. O passeio foi mais exigente do que o nível 1 como estava previsto, mas a mãe natureza tem destas coisas, troca-nos as voltas e não pede desculpa. O próximo passeio de nível 1 vai requerer um reconhecimento prévio para que todos possam usufruir da paisagem e prazer do Off Road. Mas desenganem-se os que pensam que o pessoal a trincar a bifana estava arrependido. A conversa e os semblantes desmentem essa ideia. Mesmo com algum grão de areia na trincadela.

Podem ver e descarregar o track aqui (é preciso estar registado no site).

 

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